Divulgação |
O Dia Nacional do Forró é homenagem a Luiz Gongaza |
Neste dia 13 de dezembro o 'País do Carnaval' vai parar pra comemorar, em grande estilo, o Dia Nacional do Forró. Em várias cidades do Nordeste a festa corre solta.
No Brasil, um país de dimensões continentais tão acentuadas e de tantas diversidades culturais, é na música e na dança que o 'jeitinho brasileiro de ser' se manifesta com força marcante, demonstrando ao mundo uma forma de se expressar peculiar do povo brasileiro. E, com certeza, o forró é uma dessas grandes manifestações, onde se dança o baião, o xote, a toada e o xaxado, em todo o território nacional.
A data é uma homenagem ao dia do nascimento do maior sanfoneiro que o Brasil conheceu, Luiz Gonzaga. Foi instituída pela Lei nº 11.176, sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de setembro de 2005, e que teve origem no Projeto de Lei nº 4265/2001, de autoria da deputada federal Luiza Erundina (PSB/SP).
Luiz Gonzaga é uma das maiores expressões da nossa brasilidade. Asa Branca, do folclore nordestino, tornou-se um verdadeiro hino por um Brasil sem injustiças, graças ao seu talento. Respeita Januário, Vem Morena, Juazeiro, Assum Preto, Baião, Sabiá e Cintura Fina são algumas das outras músicas consagradas pela genialidade da sanfona que Gonzagão tocou.
Sobre o Forró
O forró faz parte da história brasileira. É um ritmo envolvente. Inicialmente, típico dos festejos juninos, tornou-se hoje numa dança comum em todo o País independentemente da época. No forró, as pessoas dançam agarradinhas e se deixam envolver pelas emoções que só ele proporciona.
O nome forró segundo o folclorista Câmara Cascudo deriva de forrobodó, expressão que significa divertimento pagodeiro. Tanto o pagode (que hoje designa samba) quanto o forró são festas que foram transformadas em gêneros musicais.
Com as suas raízes no Nordeste, não se sabe ao certo como, onde e quando ele apareceu. Mas, com certeza, ele chegou a São Paulo e aos demais estados do Sudeste e do Sul por intermédio de Luiz Gonzaga, por volta dos anos 40.
Há quem diga que a palavra forró deriva da expressão inglesa for all (para todos), pois estava escrita, em placas e nas portas dos bailes promovidos em Pernambuco, no início do século, durante o período de construção das ferrovias, pelos ingleses.
O forró tradicional é constituído pelo sanfoneiro, pandeirista e o tocador de zabumba e de triângulo junto com os acompanhamentos musicais de sanfona, triângulo e agogô. Antes, preso somente ao Nordeste e aos festejos juninos, falava de devastação, sofrimento e lamentação.
Hoje, o forró moderno é constituído por baterista, guitarrista, baixista e outros equipamentos eletrônicos, trazendo um novo estilo de dança. É mais alegre, sensual, carismático e todas as pessoas, de todas as idades e de diversas classes sociais se alegram e se divertem ao som desse ritmo.
Sobre o Rei do Baião
Luiz Gonzaga do Nascimento, compositor, cantor e instrumentista, nasceu numa fazenda em Exu, no estado de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912, e faleceu em Recife (2/8/1989). Aprendeu a tocar o instrumento com seu pai, o sanfoneiro Januário, que tocava em bailes e nas horas vagas consertava sanfonas.
Desde pequeno trabalhava na roça e tocava em bailes, forrós e feiras. Já era relativamente conhecido como sanfoneiro, quando, em 1930, fugiu de casa e foi para Fortaleza, onde ingressou no Exército. Com a revolução de 1930, seu batalhão deslocou-se para a Paraíba e outros estados do Nordeste, seguindo depois para Juiz de Fora, Minas Gerais. Ali conheceu Dominguinhos Ambrósio, famoso sanfoneiro mineiro que também estava no Exército e com quem estudou e aprendeu as músicas mais populares no Sul.
Transferido para a cidade mineira de Ouro Fino, apresentou-se como sanfoneiro num clube local. Em 1939, foi para São Paulo comprar uma sanfona nova, seguindo depois para o Rio de Janeiro, onde deu baixa do serviço militar.
Baião, a dança que Gonzagão ensinou
Como outros gêneros, o baião designou inicialmente um tipo de reunião festeira dominada pela dança. O folclorista Câmara Cascudo o associa aos termos baiano e rojão. Este último, seria o pequeno trecho musical executado pelas violas no intervalo dos desafios da cantoria. Quem imprimiu o formato urbano - e portanto pop - ao gênero foi o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário